Capelão do Exército relembra atuação durante enchentes no RS: "Fui apenas um instrumento da graça de Deus"

 O capelão do Exército, Capitão Rodrigues, foi testemunha ocular do desânimo e da vulnerabilidade que tomaram conta de muitos gaúchos durante as enchentes no Rio Grande do Sul, em abril do ano passado. Atuando na linha de frente da tragédia, ele ofereceu suporte espiritual e emocional às famílias afetadas, levando uma mensagem de esperança em meio à destruição.

Em entrevista ao Guiame, Rodrigues contou que, mesmo diante do cenário devastador, pôde ver a intervenção de Deus na vida de muitos moradores. “As pessoas estavam extremamente vulneráveis emocionalmente. Muitas famílias perderam praticamente tudo o que possuíam em suas casas. Era evidente o olhar de desânimo da maioria e a necessidade de uma mensagem que pudesse trazer esperança de dias melhores”, relembrou o capelão.


A Capelania do Comando Militar do Sul (CMS) começou a prestar assistência espiritual logo que o Exército iniciou a Operação Taquari 2, em 29 de abril de 2024, para auxiliar no enfrentamento das enchentes. A equipe, formada por capelães do Exército de diversas regiões, incluindo Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, se dedicou a levar o consolo da Palavra de Deus às vítimas em abrigos, hospitais e durante ações humanitárias.

“Nesses locais, fazíamos um trabalho intenso de acolhimento, escuta e suporte emocional e espiritual”, explicou Rodrigues. Além disso, a capelania trabalhou em parceria com igrejas e escolas, ajudando na distribuição de alimentos, itens de higiene, materiais de limpeza, colchões, água potável, e na limpeza das casas devastadas pela enchente.

Entre tantas histórias comoventes, o capelão destacou o resgate de uma idosa que o marcou profundamente. “Eu estava ajudando algumas pessoas que haviam sido resgatadas por militares do Exército a descerem de uma viatura. Era impressionante ver idosos, mulheres e crianças com as roupas completamente molhadas. Ao estender a mão para uma senhora descer do caminhão, ela me abraçou e começou a chorar compulsivamente. Naquele momento, eu só conseguia ampará-la e dizer: ‘vai ficar tudo bem’”, relatou.

Dias depois, o capelão reencontrou a idosa em um abrigo. Ela lhe contou que seu resgate foi resposta de uma oração. “Ela me relatou que, quando as águas começaram a invadir rapidamente a sua casa, fez uma oração clamando a Deus por socorro. Minutos depois, nossos soldados chegaram e a resgataram. Ao final, ela me disse: ‘Deus mandou anjos de farda para me socorrer’”, testemunhou Rodrigues.

O capelão destacou a fé inabalável de muitas pessoas, mesmo diante de perdas devastadoras. “Apesar de as águas das enchentes terem levado e destruído muitas coisas, elas não foram capazes de levar a fé de muita gente. Várias pessoas me relataram gratidão a Deus por estarem vivas e confiantes de que Ele as ajudaria a reconstruir suas vidas.”

Concluindo, o Capitão Rodrigues afirmou: “Sei que fui apenas um instrumento da graça e da bondade de Deus nesse momento tão difícil que passamos”.

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